sábado, 21 de novembro de 2020

Publicação - Memórias: da pluralidade metodológica

 



     Lançado recentemente, em novembro/2020, o livro Memórias: da pluralidade metodológica reúne ensaios de autores que refletem sobre o tema da memória em diferentes contextos: arte, cultura, pesquisa, ciência. Participo desta coletânea com um texto em que abordo o tema da memória no filme O cidadão ilustre.

REFERÊNCIA:

BAPTISTA, Ana Maria H.; MARTINS, Edson Soares. Memórias: da pluralidade metodológica. Belo Horizonte: Tesseractum, 2020.

DA ROLT, Clóvis. Com uma mirada sem corpo: notas sobre a memória em O cidadão ilustre.

O livro pode ser adquirido no site da Amazon, no link:

https://www.amazon.com.br/Mem%C3%B3rias-metodol%C3%B3gica-Maria-Haddad-Baptista-ebook/dp/B08QW382RH

sábado, 31 de outubro de 2020

Lançamento

 


Novo livro do poeta João Claudio Arendt, A Cinza Descerrada, está sendo lançado pela Editora Pedregulho. Tive o prazer de escrever o prefácio.

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A cinza descerrada apresenta a produção poética recente de João Claudio Arendt. Síntese de linguagem depurada e habilidade de contenção, os poemas reunidos neste livro confirmam o estilo singular de um autor que preza pela economia dos recursos expressivos em atenção ao essencial. O mínimo, o reduzido e o sutil – antíteses de nosso mundo afeito aos excessos e ao vozerio estrondoso – encontram aqui o seu lugar de timoneiros do fazer poético.

Movimento de Tai Chi. Audição aberta ao sussurro. Grão de sal na boca. Olho colado no buraco da fechadura. Cada poema aqui apresentado nos captura por seu sentido de concisão. Hino de singelezas, A cinza descerrada é o estalido perturbador que às vezes ouvimos ressoar pela casa durante a madrugada. É a matéria quase impalpável resultante das várias combustões a que submetemos a vida em seu destino de rupturas. Com sua poesia, Arendt nos mostra que é necessário muito pouco para deflagrar um espanto.

Na esteira de sua produção anterior, o poeta dá prosseguimento a uma dicção matizada por sua honestidade como autor. Não há aqui peripécias formais, maneirismos sazonais, nem os tendenciosos salamaleques tão presentes na produção poética atual – os quais lançam uma cortina de fumaça capaz de ocultar o que de fato importa na poesia. Os poemas de Arendt prescindem de agendas, pautas convenientes e panegíricos transitórios. Há aqui poesia que se instala lentamente. Ofício de cinzas a depositar e retirar camadas de sensibilidade. Tessitura fina de encantos e desencantos.

O conjunto de poemas de A cinza descerrada sustenta-se numa tônica contemplativa diante das urdiduras da temporalidade, das impotências humanas e da necessidade de assimilação de tudo aquilo que, em si mesmo, esconde um abismo. Contemplação que não é, de forma alguma, um gesto resignado. Mas um exercício de impregnação dialógica: dança de labaredas que incendeiam a linguagem em busca da poesia sob as cinzas resultantes. “Artifícios compensam / mas não revertem / o que em cada um de nós / o tempo deposita”, diz o poeta.

Ao longo da leitura dos poemas percebe-se uma tensão estabelecida entre o mundo natural e o mundo da cultura. Em alguns deles, à maneira dos haicais, o poeta nos apresenta fiapos de uma linguagem visivelmente impregnada pelas imagens da natureza, diante da qual o universo humano aparenta ser quase incômodo. “Vestir-se de amarelo / para fazer coro com os ipês”; “Fica em silêncio / e apenas escuta: / o canto das águas / a voz do vento / o rumor das aves”; “Como aves em face do abismo / as folhas não há quem ampare”, confidencia Arendt. O poeta percebe que tudo à sua volta constitui um ímpeto de comunicação, uma centelha prestes a fulgurar novos sentidos para a “fome de realidade” que é a poesia, segundo ensina Octavio Paz.

Partindo de uma atmosfera poética natural – sem, contudo, descartá-la –, a linguagem migra para a intimidade de lugares concretos, onde estão a casa, a rua e os objetos familiares. Esta inflexão toma a via do erotismo e da sedução diante da carga de conteúdos poéticos com que nos envolve o cotidiano. Tal qual as vozes de um madrigal discreto, estão ali a cozinha, o sofá, a panela, o filho, o sexo, o varal, as ceroulas. Assim, a cultura surge com sua carga desestabilizadora, situando o mundo humano num campo de disputas simbólicas.  

Em A cinza descerrada, vemos um autor maduro que reverencia a poesia em seu caráter de revelação, sem render-se ao proselitismo do mercado editorial e sua nefasta lógica on demand. A leitura dos poemas encaminhou-me para Juan Gelman e Giuseppe Ungaretti, o que não significa, de forma alguma, uma busca por filiações ou linhagens, mas apenas uma sensibilidade partilhada que se pode constatar. É um fato: os poetas de verdade não têm qualquer pudor em invadir e serem invadidos.

Os poemas aqui reunidos nasceram de um poeta que parece estar ciente de que, conforme alertou a escritora Nélida Piñon, “estamos sempre nos movendo sobre os escombros dos que nos antecederam.” De certo modo, as heranças poéticas funcionam como horizontes para uma produção que almeje o mínimo de rigor e qualidade. Tratando-se de poesia, quando se nega a tradição, o que sobra é geralmente o pedantismo da boa vontade, do solipsismo e do talento autoproclamado.

Temos aqui uma poesia que se aprofunda em seu próprio fazer; que atinge seu valor pela via de sua integridade. Os poetas, de acordo com Percy Shelley, “são os legisladores secretos da humanidade, os primeiros a captar as verdades indispensáveis.” Fiquemos atentos, portanto, ao alerta que nos dão os poemas de Arendt. E o façamos mediante a consciência de que fomos lançados num fosso relativista onde tudo pode ser nivelado. Assim como se faz com as cinzas, há que se revolver a poesia como quem busca resíduos. Em meio à matéria consumida, perscrutemos a forma sobrevivente.

Clóvis Da Rolt

  

sábado, 10 de outubro de 2020

Novo livro - Mínimo Fôlego

 


      Já se encontra à venda, no site do Clube de Autores, minha publicação mais recente. Mínimo Fôlego reúne poemas, aforismos e pensamentos.

     Disponível para aquisição em: https://clubedeautores.com.br/livro/minimo-folego

*****

Não é o que você faz, 
é o que diz.
Com palavras
rompem-se represas.

*****

O risco de estar
na pele do outro
é descobrir que nada mudou.

*****

Quebrar a pedra
em dezenas de lascas.
E ainda ter a pedra.

*****

Uma criança
que recebeu ajuda
para andar de bicicleta
jamais esquecerá
o valor da confiança.


sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Novo livro - Lançamento em breve!

 


      Em breve mais um lançamento! Mínimo Fôlego reúne poemas, aforismos e pensamentos. São textos curtos e sintéticos que dialogam com o momento em que vivemos - momento de contenções e palavras asfixiadas.  

terça-feira, 19 de maio de 2020

Publicação - Marco Lucchesi: Estética do interdisciplinar

      


O livro Marco Lucchesi - Estética do Interdisciplinar, organizado pela Profa. Ana Maria H. Baptista (Universidade Nove de Julho), reúne ensaios em homenagem ao escritor Marco Lucchesi (atual presidente da Academia Brasileira de Letras). Faço parte desta obra com um ensaio.

O livro está disponível para aquisição no site da Editora Patuá, no link a seguir:


Referência:

BAPTISTA, Ana Maria H. (Org.) Marco Lucchesi - Estética do Interdisciplinar. São Paulo: Ed. Patuá, 2020.

Capítulo publicado: 

DA ROLT, Clóvis. Um enxame de palavras no coração: Marco Lucchesi e a aventura da escrita.




quinta-feira, 14 de maio de 2020

Publicação - Notícia da atual literatura brasileira





     Já está em pré-venda, com lançamento previsto para junho/20, o livro Notícia da atual literatura brasileira: entrevistas. A obra consiste numa coletânea de entrevistas realizadas com 81 escritores contemporâneos e será publicada pela Editora Cousa, de Vitória-ES. O livro está disponível no link a seguir:



Organizado por Vitor Cei (UFES), André Tessaro Pelinser (UFRN), Letícia Malloy (Unifal-MG) e Andréia Delmaschio (IFES), o livro conta com Apresentação de Rita Olivieri-Godet (Université Rennes 2) e Prefácio de Fabíola Padilha (UFES).

Autores entrevistados: Ada Lima, Adilson Vilaça, Alberto Lins Caldas, Alberto Pucheu, Aline Bei, Aline Dias, Aline Prúcoli de Souza, Amarildo Joao Espíndola, Ana Martins Marques, Anaximandro Amorim, Andréia Delmaschio, Andressa Zoi Nathanailidis, Antônio Cândido da Silva, Antônio Torres, Bernadette Lyra, Cae Guimaraes, Carola Saavedra, Casé Lontra Marques, Cesar Carvalho, Chacal, Clóvis Da Rolt, Daniel Munduruku, Dau Bastos, David Rocha, Diva Cunha, Eduardo Martins, Elizeu Braga, Ely Macuxi, Erlon José Paschoal, Evando Nascimento, Everton Almeida Barbosa, Fabio Daflon, Gustavo Bernardo Krause, Gustavo Felicíssimo, Hélio Rocha, Herbert Farias, Hudson Ribeiro, Jacques Fux, Jarid Arraes, Joanim Pepperoni, João Almino, João Claudio Arendt, Johann Heyss, Jorge Elias Neto, Jorge Nascimento, Keila Mara Araújo Maciel, Larissa Gotti Pissinatti, Marcus Vinicius de Freitas, Maria Amélia Dalvi, Mariana Lage, Marília Carreiro Fernandes, Marina Moura, Miguel Nenevé, Mônica de Aquino, Natalia Borges Polesso, Nelson Martinelli, Nilza Menezes, Pádua Fernandes, Pâmela Filipini, Paulo Caetano, Paulo Roberto Sodré, Rafael Iotti, Raimundo Carvalho, Ravel Paz, Reinaldo Santos Neves, Renato Gomez, Renato Noguera, Ricardo Lísias, Rodrigo Caldeira, Ronald Augusto, Rosivan dos Santos, Rubens Vaz Cavalcante, Saulo Ribeiro, Sérgio Blank, Sueli Bispo, Vanessa Prieto, Vicente Franz Cecim, W. B. Lemos, Wilberth Salgueiro, Wilson Coelho e Wladimir Cazé.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Publicação - Educação e Linguagens: da multiplicidade dos conceitos



     Foi publicada em abril de 2020 a coletânea de ensaios Educação e Linguagens: da multiplicidade dos conceitos, da qual sou um dos integrantes. O livro reúne ensaios em que a tônica reside na reflexão sobre os campos conceituais que incidem sobre a educação.

Referência:

BAPTISTA, Ana Maria H.; HUMMES, Júlia Maria; DAL BELLO, Márcia Pessoa; NAVAS, Diana. (Orgs.) Educação e Linguagens: da multiplicidade dos conceitos. São Paulo: BT Acadêmica, 2020.

Capítulo publicado: 

DA ROLT, Clóvis. Dos aprendizados no deserto: a experiência mística e as travessias da interioridade.

O livro está disponível para aquisição no link:


Resenha publicada sobre o livro "O martírio da santa feia"




Foi publicada na Revista Interações Sociais (FURG) uma resenha do meu livro "O martírio da santa feia: uma leitura sobre a rejeição ao monumento de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha-RS." A resenha é de autoria do Prof. Dr. José Rogério Lopes, professor e pesquisador do PPG em Ciências Sociais da Unisinos. 

A resenha está disponível no link:

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Onde encontrar?



 

Os livros "O martírio da santa feia" e "Um arpão entre duas bocas" podem ser adquiridos nas seguintes livrarias:

Em Bento Gonçalves/RS:
- Livraria Dom Quixote
- Livraria Aquarela

Em Caxias do Sul/RS:
- Livraria Do Arco da Velha

Além das livrarias físicas, os livros também podem ser adquiridos diretamente comigo, através do e-mail: cdarolt@hotmail.com





Divulgação no Jornal Pioneiro de Caxias do Sul



O livro O martírio da santa feia; uma leitura sobre a rejeição ao monumento de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha-RS é destaque no Jornal Pioneiro de Caxias do Sul - edição de 23/12/2019. A matéria completa pode ser acessada no link: